“Simplifique o Mercado Livre de Energia” é um programa que aborda de um jeito fácil e didático tudo o que você precisa sobre a comercialização de energia no ambiente de contratação livre.
A cada episódio, a jornalista Ligia Martoni entrevista um especialista da Copel Mercado Livre ou parceiro das subsidiárias da Copel para esclarecer os assuntos mais importantes do setor, tirar as principais dúvidas e ajudar a mostrar se a compra no mercado livre pode ser vantajosa para você e para sua empresa.
No terceiro episódio, o analista administrativo Lucas Barth da Silva fala sobre o PLD, ou Preço de Liquidação das Diferenças, um dos dados que mais influencia no valor da energia comercializada no mercado livre.
O que é, exatamente, o PLD?
Antes de explicar o que é PLD, é preciso entender como funciona um balanço energético. Na figura exemplificada, existe uma gama de contratos de compra do cliente em um total de 20 MWm e, no caso, o vendedor teria apenas 10 MWm de contrato, tendo outros 10 MWm ainda pendentes de aquisição.
Alguns agentes possuem energia faltando e outros energia sobrando, então uma liquidação no final do mês é feita pela Câmera Comum de Comercialização de Energia (CCE), e esses 10 MWm seriam liquidados a um preço chamado PLD.
O PLD é calculado através de sistemas computacionais que calculam o custo real da energia que foi produzida.
Recentemente houve uma mudança no cálculo do PLD, com ele passando a ser aferido por horário. Como era esse cálculo, como ele fica agora e de que forma isso reflete no bolso do cliente?
Até ano passado o cálculo era feito semanalmente, mas como havia um distanciamento temporal entre a fixação do preço e a produção real, existiam muitas variações de custos, fazendo com que muitas vezes o preço não refletisse o custo real da produção.
Então, face a esse problema, foi implantado o preço-horário, em que a energia, o PLD, é fixado para as próximas 24 horas.
Provavelmente, o PLD vai ficar mais caro em horário comercial, das 06h às 18h, e de madrugada deve ficar mais barato, devido aos custos de produção. Mas é possível evitar esses impactos no bolso se atendo a dois quesitos na contratação de energia.
O primeiro é conhecer a sua curva de carga diária, como seu consumo de energia é distribuído ao longo do dia. O segundo é saber se toda a energia para essa curva de carga já está contratada, não ficando, assim, exposto ao PLD.
Existem dois tipos de contrato de energia: modulação por carga e contrato flat. Olhando para o gráfico apresentado, as barras laranjas representam o consumo do cliente ao longo das 24 horas. A linha azul seria a modulação por carga, com a energia sendo distribuída ao longo do dia de acordo com o padrão de consumo do cliente.
Já na energia flat, a distribuição é feita igualmente ao longo de todas as horas do dia. Nesse caso, da hora 1 à 6, seria necessário vender o excedente do contrato flat. Seria vendida a diferença entre o que foi consumido e o que foi adquirido, pois foi adquirida uma mesma quantidade em todas as horas. Já no período entre as horas 7 e 19, seria necessário comprar o que faltou para completar a carga, pois no contrato flat teria sido adquirido menos energia do que o utilizado nessas horas.
Se o contrato fosse por modulação de carga, não haveria muito impacto no bolso, pois não se liquida a energia no PLD. Mas nem sempre a modulação por carga é mais vantajosa, pois quando o contrato é assinado, paga-se um prêmio de risco por ela.
Então se o cliente tiver um consumo não muito variado ao longo do dia, seria melhor a contratação flat. A análise é feita caso a caso para o cliente saber qual é a melhor condição de contratação para se ter uma maior economia no bolso.