A venda direta a consumidores deve chegar a 80%
Com o compromisso de acompanhar os avanços no setor de energia, a Copel Mercado Livre apresenta mais uma mudança. A novidade é o aumento do alcance da empresa junto ao consumidor final, que hoje representa 50% da receita da estatal.
Para manter um número semelhante a outras empresas do setor, como a Engie ou a Cemig, a Copel Mercado Livre busca que o consumidor final represente entre 70% e 80% das vendas. “A ideia de colocar mercado livre no nome da comercializadora é para deixar claro para o consumidor final qual é atuação da empresa. O consumidor que tem migrado é o de menor porte e o nome antigo poderia confundir e limitar o entendimento”, explicou o diretor geral da empresa, Franklin Miguel.
Esta decisão prepara a empresa para um futuro de abertura do mercado livre de forma mais intensa. A intenção é direcionar as ações para o mercado que utiliza energia incentivada, que formou a maioria das migrações nos últimos anos. Até então, a Copel vendia grandes blocos de energia para grandes consumidores e outras comercializadoras, que, por sua vez, direcionavam para os consumidores de menor porte. “O reposicionamento da empresa é para mostrar que estamos focados em atuar com o consumidor final”, entende Miguel.
Segundo o diretor, as mudanças não vão excluir a atuação da Copel com outras comercializadores, já que elas são de grande importância para o setor. “Estamos reposicionando a participação da comercializadora, mas é importante a parcela de energia nas comercializadoras, é por esse caminho que podemos fazer swap de fontes ou de submercado”, comenta.
Para avançar na estratégia, a Copel está realizando a contratação de energia via leilão privado. No mês passado, a ação resultou na contratação de 162 MW médios das fontes solar e eólica. Considerando os leilões de 2019, as duas etapas já realizadas neste ano e a última que deve acontecer em novembro, a empresa deverá fechar contratos de cerca de 350 MW médios para o longo prazo de fontes que ainda são incentivadas.
A perspectiva é de um futuro ainda mais competitivo para o produto da estatal. Com a possível retirada do incentivo-fio garantido pelo governo e a também provável privatização da Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, a Copel Mercado Livre deve se manter entre as cinco maiores do segmento no país com o mesmo patamar de seu portfólio disponível para comercialização.