Estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revela um grande número de consumidores de alta tensão já elegíveis para contratar fornecimento de energia elétrica diretamente com fornecedores e comercializadores.
Atualmente, consumidores com carga igual ou superior a 500 kW podem acessar o mercado livre de energia no Brasil. Também estão elegíveis consumidores que têm carga mínima de 500kW através da comunhão de diferentes unidades consumidores ligadas à rede de alta tensão. Dessa forma, o mercado livre pode ser uma realidade para consumidores de menor porte, como redes de comércio e serviços.
Consumidores com menor carga geralmente não contam com uma equipe especializada em contratação de energia. Comercializadores de energia especializados em mercado livre, por sua vez, podem realizar as avaliações do potencial de economia e auxiliar nos processos de migração destes consumidores. E o mais importante, podem auxiliar sobretudo na contratação de energia, indicando os melhores cenários para período de contrato, quantidades e preços.
Caso estes consumidores que têm capacidade de migração ao mercado livre já estivessem associados ao Ambiente de Contratação Livre (ACL), este alcançaria o patamar de 40,2% do consumo no Brasil. Atualmente o ACL representa 32% da carga total do sistema. A imagem a seguir destaca a representatividade de cada ambiente de contratação:
Projetos de alteração na legislação do setor elétrico para permitir maior abertura de mercado estão na pauta do Congresso Nacional e devem ser avaliados ainda este ano. Quando se tornar possível a migração do Grupo A, ou seja, consumidores de alta tensão, somente este segmento já elevaria a participação do mercado livre para 46% do consumo. Se considerado o grupo de baixa tensão, não incluídos os consumidores residenciais, são mais de 11 milhões de unidades consumidoras aptas a ingressar no mercado livre.
A grandeza do mercado brasileiro revela que ainda há um volume grande de consumidores vinculados ao mercado regulado – e um montante significativo de economia não explorada por estes mesmos consumidores. Em um cenário de preços de energia elétrica pressionados devido à falta de chuvas por longos períodos, o mercado livre oferece um patamar significativo de economia e flexibilidade para a contratação do fornecimento.