A partir de janeiro de 2021 os preços de referência do mercado de curto prazo passaram a ser calculados hora-a-hora. Os resultados apontam para maior consistência entre o custo de geração e os preços de curto-prazo. 

Desde o início de 2021 o mercado de energia no Brasil conta com o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) em formato horário – estabelecido a cada hora. Anteriormente o PLD era publicado semanalmente, referenciando os preços das liquidações de sobras e déficits na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ao longo da semana. 

A mudança na forma de cálculo do PLD permite maior aderência entre o preço de referência e o custo real de geração de eletricidade a cada hora no sistema. Com isso, há maior precisão e eficiência no planejamento de geração e consumo de energia. Outro fator relevante é a precificação mais adequada da geração de energia por fontes eólicas e solares – que podem ter intensidades diferentes de geração ao longo do dia.  

Resultados dos primeiros seis meses

Como o PLD serve de referência para as operações de liquidação de sobras e déficits no consumo de energia, uma importante diferença deste novo cenário ocorre justamente na liquidação. Neste primeiro semestre de PLD horário, os consumidores que por ventura tenham consumido maiores quantidades de energia em relação ao que haviam contratado (ou seja, “expostos” ao PLD), puderam perceber a diferença no novo modelo. Esta diferença é a variação de preços entre os momentos do dia.

Consumidores com exposição ao PLD puderam notar que se o consumo se deu durante a madrugada, por exemplo, onde o preço da energia tende a ser mais barato, os valores de liquidação ficaram menores. O cenário contrário também é válido, isto é, caso os momentos de consumo excedentes em relação ao que foi contratado tenham ocorrido nos horários de pico, o custo de liquidação foi mais elevado. 

O PLD horário, portanto, deve levar consumidores e geradores a maior planejamento de suas atividades, considerando os diferentes custos de geração ao longo das 24 horas do dia. Com o decorrer dos próximos anos, é possível esperar que o consumo de energia tenha maior distribuição diária – com menor concentração de consumo em horários de pico. 

Com o novo PLD horário, o Brasil acompanha outros mercados globais de energia mais desenvolvidos. Pelo lado dos grandes consumidores, a precificação horária pode abrir uma possibilidade de energia a custos menores em horários de pouca demanda. O resultado sistêmico certamente tende a oferecer maior eficiência ao mercado de energia brasileiro, inclusive na ponta do consumo. 

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