Queda na produção industrial e aumento de demanda por importação de produtos industrializados acende alerta sobre os altos custos de produção local.
Dados da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE) indicam aumento na demanda de bens industriais de capital (4,6%) no terceiro trimestre de 2022. O dado é positivo por revelar uma expectativa de expansão futura na produção industrial. A demanda atual por bens industriais encontra-se acima da produção, ocasionando um aumento de importação de bens industriais, conforme gráfico a seguir.
Em um quadro de demanda acima da oferta, oportunidades de expansão da produção industrial surgem para atender à demanda atualmente dependente de importações. A redução dos custos de produção é um fator chave para o crescimento da atividade industrial, sendo o item energia elétrica um dos mais impactantes na composição de custos de grandes consumidores industriais.
Mercado livre e a competitividade industrial
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), desde 2003 o mercado livre já proporcionou aproximadamente R$113 bilhões em economia para os consumidores. A redução média de custos com eletricidade dos consumidores do mercado livre, desde 2003, foi de 23%.
A economia obtida com a migração ao mercado livre leva mais competitividade para a produção de grandes consumidores industriais. E expansão da indústria no Brasil, sem dúvidas, passa pelo mercado livre de energia e sua contribuição para o dinamismo não apenas do mercado de energia, mas da indústria de forma mais ampla.
Atualmente o mercado livre corresponde a aproximadamente 30% do consumo total de energia no Brasil, mas conta com menos de 1% do total de consumidores. A abertura para um número maior de consumidores deve resultar mais competitividade em todos os níveis de atividade econômica, sobretudo para as unidades consumidoras da indústria de pequeno e médio porte ainda vinculadas ao ambiente regulado.